segunda-feira, 16 de maio de 2011

Dai a Cesar o que é de Cesar e dai a Deus o que é de Deus

Existem algumas questões que nos deixam perplexos e pensativos quanto à forma de enfrentamento e de resposta. Principalmente, aquelas que são elaboradas, especialmente, para nos apanhar em uma armadilha. Das questões difíceis, me recordo de uma elaborada para Jesus e me deleito na resposta dada pelo Mestre e no rico ensinamento que nos deixou.
 “Daí, pois, a Cesar o que é de Cesar, e a Deus o que é de Deus”, foi a sábia resposta de Jesus quando foi questionado se os fariseus e os herodianos deviam pagar ou não tributo a Cesar. A sutil pergunta dos adversários de Jesus era certamente uma tentativa para apanhá-lo em uma armadilha. Daquelas que parecem impossível de responder sem correr riscos. No entanto, a resposta sábia de Jesus é uma resultante da percepção da hipocrisia humana e da firmeza que tinha diante dos belos discursos dos seus adversários. É da prática diária dos adversários que veio a reposta para suas indagações.
Assim, o Mestre Jesus ensinou que pagassem tributo ao governo romano, já que eles mesmos usavam esta moeda e, portanto, estava sujeitos à tributação; e ainda ensinou que prestassem obediência a Deus. Em outras palavras: cumpram suas obrigações civis para com César e cumpram suas obrigações para com Deus. Sabemos que este ensino se constitui um princípio para nós, os batistas.
É dever do Estado, como laico, garantir a promoção do bem-estar público, e dentre outras coisas, o pleno gozo e exercício da liberdade religiosa; é dever da igreja, enquanto comunidade livre, respeitar às suas leis, obedecê-las, honrar os poderes constituídos, exceto naquilo que se oponha à vontade de Deus (art. XV da DDB).
Este princípio também nos notabiliza enquanto batistas, juntamente com a certeza de que não deve existir nenhum poder que possa constranger a igreja local, que é autônoma e democrática, nas suas decisões, a não ser a vontade de Deus, manifestada através do seu Espírito.
Esta reflexão é pertinente para pensar as exigências que a OPBB vem fazendo quanto à formação de concílios para o ministério pastoral. Os critérios de elegibilidade ao concílio, naturalmente, nos levam a questionar: de onde vem a OPBB? Para que ela foi criada? Qual é o caráter da sua atuação? A quem serve? É de Cesar ou é de Deus? É ordem a que custo?
Entendemos que os concílios representam o exame dos pontos principais da fé e das doutrinas que o candidato ou a candidata julga professar, diante de pastores ou pastoras de diversas igrejas batistas que tem por princípio a cooperação entre as igrejas irmãs; e a ordenação é o reconhecimento da igreja que entende e percebe o chamado ao Ministério do Serviço e ainda, a culminância de um processo que a igreja local mesma iniciou, enviando o (a) candidato (a) às instituições batistas teológicas para o estudo e preparo.
A OPBB surge da livre associação de pastores das igrejas batistas, com vistas à expansão do evangelho através da ampla articulação dos pastores. A lógica e o bom senso nos dizem que se a OPBB surge das igrejas, logo deve também servi-las e, assim servirão ao Supremo Pastor, o Cristo, Senhor das vocações. Assim, deve a OPBB respeitar esta ordem: Senhorio de Cristo e a autonomia das igrejas em instituir seus processos de exame e legitimação ao ministério da Palavra, seja de homens, seja de mulheres.
Portanto, supliquemos a Deus a sabedoria que residia em abundância no precioso Cristo. Prossigamos no seu ensino de entregar a Cesar o que é de Cesar: os impostos, o respeito, as orações pelas autoridades, os deveres e responsabilidades de cidadãos; e de entregar a Deus o que é de Deus: a vocação, o serviço e o livre exercício dos dons na igreja. E não devamos nada a ninguém, a não ser o amor mútuo.
“Portanto, o que quereis que os homens vos façam, fazei vós também”.

Pra. Cristiane Queiroz Cravalho
IB Central Honório Gurgel

2 comentários:

  1. Toda instituição tende a aumentar seu poder e seu domínio, desde que ninguém reclame. Espero que nossa querida OPBB escute o clamor dos batistas brasileiros e fique na posição correta.

    Abraços a todos!

    Pr. Adriano Pereira de Oliveira, Tapiraí, SP.

    ResponderExcluir
  2. Lamento pela falta de correta interpretação da Palavra de Deus, pois ainda não encontrei base bíblica para ordenação feminina.
    Sei do relevante trabalho das mulheres na obra de Deus, mas ordenar pastoras... creio que é forçar um pouco o texto Bíblico.
    Pr. Eliel de Souza, Ribeirão Preto/SP

    ResponderExcluir